“Um exercício de aprendizado inesquecível e inspirador”, foi assim que a arquiteta e paisagista Lúcia Pinheiro descreveu Inhotim, o maior museu a céu aberto da América Latina, um lugar que, com certeza, deve entrar na sua lista de lugares para visitar.

O museu fica localizado em Brumadinho (cerca de 60 km de Belo Horizonte) e foge do tradicional. Inhotim não é apenas um museu, é uma mescla incrível de galerias e artes contemporâneas com a natureza de Brumadinho, que contempla belos lagos e jardins.

Nesse museu, a arte e a natureza andam juntas. O local é um espetacular jardim botânico que se dedica também à preservação da arte contemporânea. São mais de vinte galerias localizadas em uma área verde com extensão de 20 km. Flores, árvores e lagos tomam os caminhos entre as galerias.

Em viagem ao Instituto Inhotim, entre o dia 21 e 23 de março de 2018, Lúcia Pinheiro visitou diversas galerias e obras de arte do local. Para ela, o sentimento de estar lá provocou uma liberdade de criação, através do contato com um ambiente de convivência harmoniosa entre arte, arquitetura, paisagismo e de respeito à natureza e à sustentabilidade.

Lúcia viajou com um grupo de profissionais participantes do Núcleo de Paisagismo da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e tiveram o acompanhamento do guia de turismo Rafael Sales de Assis.

No museu, a arquiteta encantou-se com a composição contrastante e, ao mesmo tempo, sincrônica das espécies vegetais, que proporcionam um volume de plantas com diferentes cores e tons. Além disso, os jardins do Instituto podem ser contemplados de perspectivas variadas, tanto de longe quanto de perto. O lugar conta também com espaços agradáveis e sombreados para descanso e desfrute.

Por ser a sede de um dos mais importantes acervos da arte contemporânea do Brasil e tido como o maior centro de arte ao ar livre da América Látina, Inhotim possui uma vasta quantidade de galerias. Entre elas, as que mais chamaram atenção durante a visita foram:

– Galeria Adriana Varejão, especificamente as obras Linda do Rosário e Celacanto Provoca Maremoto. Uma produção que abrange fotografia, escultura e instalação, mas com enfoque principalmente na pintura, que utiliza materiais e técnicas clássicas, junto à linguagem audiovisual.

– Galeria Doug Aitken, com a obra Sonic Pavilion, na qual o artista cavou um buraco de 202 m de profundidade e colocou microfones e equipamentos de amplificação sonora para transmitir ruídos terrestres.

– E a galeria Psicoativa Tunga, onde se encontra a obra Palíndromo Incesto. Lá, o ambiente possui diversos acessos, que possibilitam a circulação para os locais de exposições, e infinitas formas de enxergar a mesma obra de arte.

Além das obras das galerias citadas acima, outras que estavam expostas ao ar livre também cativaram Lúcia, são elas:

- Elevazione de Giuseppe Penone: através de elaboradas técnicas de escultura, o artista promove um diálogo com a natureza. A obra é fruto de uma modelagem e posterior fundição em bronze de uma castanheira centenária.

- Beam Drop de Chris Burden: Uma escultura de grandes dimensões no alto de uma montanha em Inhotim, relacionando-se de uma maneira expressiva com seu entorno, gerando uma paisagem épica.

-Narcissus Garden de Yayoi Kusama: A obra representa uma crítica ao sistema da arte e sua repetição e mercantilização. As 500 esferas de aço inoxidável flutuam sobre o espelho d’água e provocam uma diluição e condensação de acordo com o vento e outros fatores externos.

Com certeza, depois de apreciar os detalhes desse passeio, você também ficou curioso para visitar o Instituto Inhotim. Por isso, a arquiteta Lúcia Pinheiro deixou algumas dicas para você aproveitar ao máximo o museu:

– Reserve dois dias, no mínimo, para a visita;

– Inicie pelas rotas mais longas e distantes;

– Contrate um guia local para todos os dias da visita, assim além de contemplar as obras de arte você entenderá as inspirações dos artistas ao criar as obras e muitos outros conhecimentos que contextualizam os ambientes;

– Desfrute dos ambientes de descanso ao ar livre, como os bancos esculpidos em troncos de madeira de demolição, e aprecie a natureza exuberante.

E aí, o que achou das dicas?

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